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Hipertensão: milhões de pessoas são diagnosticadas erroneamente em razão de como a medição é realizada; saiba qual é a forma correta
meidr

Milhões de pessoas com pressão arterial normal podem ser diagnosticadas erroneamente com pressão alta devido ao posicionamento inadequado quando as medições são feitas, segundo uma pesquisa feita por pesquisadores da Universidade Estadual de Ohio. Segundo eles, as pessoas classificadas com hipertensão de forma errada podem ser submetidas a tratamentos e fármacos sem necessidade.

“As pessoas podem não precisar tomar tantos medicamentos, o que tem efeitos colaterais. É aí que se torna importante ter medições de pressão arterial boas e precisas”, afirma Randy Wexler, médico de cuidados primários do Centro Médico Wexner da Universidade Estadual de Ohio e autor do estudo.

Para medir a pressão arterial de um paciente, as diretrizes da American Heart Association e do American College of Cardiology exigem que a pessoa fique sentado em uma cadeira com a coluna ereta, os pés apoiados no chão, as costas apoiadas no encosto da cadeira e o braço, que será medido a pressão, esteja apoiado na altura do coração.

Porém, segundo Wexler, devido a pressa dos consultórios e hospitais, muitos profissionais não seguem as recomendações e realizam o procedimento enquanto o paciente está sentado numa mesa de exame, deixando as pernas penduradas e as costas e os braços sem apoio. “Isso não contribui para medir a pressão arterial com precisão”, disse o pesquisador.

Estudo

O estudo dividiu aleatoriamente 150 adultos em três grupos: Em um deles, as leituras da pressão arterial foram feitas em uma mesa de exame de altura fixa e depois em uma cadeira de exame com posicionamento ajustável. Um segundo grupo teve as mesmas leituras feitas na ordem inversa. Um terceiro grupo teve ambos os conjuntos de leituras realizados na cadeira de exame. Houve um período de descanso antes de cada série de leituras. Os resultados foram agrupados e a média de três medidas feitas na mesa foi comparada com a média daquelas feitas na cadeira.

Para as leituras feitas na mesa de exame, a pressão arterial sistólica média (número superior) foi 7 mmHg maior e a leitura média diastólica (número inferior) foi 4,5 mmHg maior do que aquelas feitas sentado na cadeira, seguindo o posicionamento recomendado pelas diretrizes.

A hipertensão é diagnosticada quando as medições atingem ou excedem consistentemente 130 mmHg sistólica ou 80 mmHg diastólica. Segundo os pesquisadores, a diferença nos resultados era grande o suficiente para classificar erroneamente milhões de pessoas com hipertensão.

“Os profissionais de saúde atendem tantos pacientes com tantas condições crônicas que muitas vezes não têm tempo suficiente para medir a pressão arterial de maneira adequada”, disse Wexler.

Hipertensão

Em maio deste ano, o Ministério da Saúde alertou que a taxa de mortalidade por hipertensão arterial atingiu em 2021, ano final do monitoramento, o maior patamar da última década. Segundo a pasta, que analisou dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), foram 18,7 óbitos a cada 100 mil habitantes. Estima-se que 45% da população brasileira tem pressão alta, o que equivale a cerca de 50 milhões de pessoas.

A hipertensão aumenta a pressão sobre o coração e os vasos sanguíneos e é um dos principais fatores de risco para o surgimento de doenças cardiovasculares, como infarto e acidente vascular cerebral (AVC), que é a principal causa de morte no Brasil e no mundo.

Um estudo publicado recentemente na revista científica Journal of Cardiovascular Development and Disease concluiu que adicionar uma quantidade relativamente mínima de movimento, cerca de 7 mil passos por dia, pode reduzir significativamente a pressão arterial elevada em adultos mais velhos. As informações são do jornal O Globo.

Por Redação O Sul

(Foto: Reprodução)