A inadimplência dos consumidores no Brasil atingiu o nível mais alto deste ano em novembro. Entre as famílias, 29,4% têm dívidas em atraso, maior percentual desde outubro de 2023. No RS a parcela é ainda maior e alcança 36,4%. Entretanto, o economista chefe da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL-POA), Oscar Frank, prevê para dezembro melhora dos níveis, já que o mês é de pagamento do décimo terceiro salário. O economista reforça que o último mês do ano costuma apresentar dinâmica favorável quando o objetivo é ter as contas em dia.

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) mostrou ainda que o endividamento avançou em novembro para 77%.

Embora projetando uma melhora do quadro para os endividados, Frank observa que o recente aumento da taxa de juros pode fazer com que as pessoas que fizerem novos empréstimos não consigam arcar com essas despesas no futuro. “A elevação da Selic torna empréstimos mais caros, e isso aumenta a chance de inadimplência”, sublinha. Hoje a taxa de juros Selic, que regula as operações de crédito, está em 12,25% ao ano.

Para os mais pobres, o cenário é mais desafiador: 81% das famílias com renda de até três salários mínimos estão endividadas. Neste grupo, 37% têm dívidas em atraso e 18% não têm condições de quitá-las. Para a economista-chefe da Fecomércio-RS, Patricia Palermo, a alta na inflação contribui para que mais famílias estejam com dificuldades. “Houve avanço no preço dos alimentos, o que pressiona muito o orçamento, especialmente dos mais pobres”, avalia.

FONTE – CORREIO DO POVO