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Janeiro Branco reforça a importância da saúde mental 
White ribbon symbol of peace International day of non violence.
A cada início de ano, o Janeiro Branco coloca a saúde mental em destaque, convidando a sociedade a refletir sobre emoções, comportamentos e qualidade de vida. A campanha, que surgiu em 2014, é um alerta para uma questão frequentemente negligenciada, mas que impacta milhões de pessoas em todo o mundo.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada oito pessoas convive com algum transtorno mental. “Tratar da saúde mental não é um luxo, mas uma necessidade básica para o bem-estar individual e coletivo”, afirma Greice Carvalho, professora de Psicologia da Estácio Porto Alegre.

Transtornos como depressão, ansiedade e TOC (transtorno obsessivo-compulsivo) podem afetar diferentes faixas etárias de maneira única. “A depressão, por exemplo, nos jovens, compromete o desempenho acadêmico; nos adultos, afeta a produtividade, e nos idosos, impacta a qualidade de vida de forma ampla”, explica Greice. Já a ansiedade, embora seja uma emoção natural, pode se tornar patológica quando excessiva, levando a crises de pânico ou preocupações constantes que dificultam o dia a dia.

No caso do TOC, o sofrimento é provocado por pensamentos obsessivos intrusivos e compulsões, como rituais repetitivos para aliviar a angústia. “Uma pessoa com TOC pode gastar horas do dia verificando fechaduras ou lavando as mãos, o que compromete a rotina e os relacionamentos”, ressalta a professora.

Esses transtornos, além de trazerem sofrimento individual, afetam os ambientes de convivência. “Na escola, podem gerar evasão; no trabalho, absenteísmo, e, nos relacionamentos, conflitos ou distanciamento”, explica Greice.

Os sinais de alerta para transtornos mentais incluem mudanças persistentes no humor, sono ou apetite, sentimento de culpa ou inutilidade, e até pensamentos de suicídio. No caso do TOC, a repetição compulsiva de comportamentos ou preocupações excessivas pode indicar a necessidade de apoio profissional.

“Buscar ajuda não é fraqueza, é coragem. Reconhecer que algo está errado é o primeiro passo para a melhora”, afirma a psicóloga. Ela reforça que psicoterapia e, em alguns casos, a combinação com medicação são tratamentos eficazes, “mas é fundamental que qualquer intervenção seja personalizada e acompanhada por especialistas”.

Manter um estilo de vida saudável é uma das principais formas de prevenir transtornos mentais. Práticas como atividade física, sono adequado, alimentação equilibrada e o fortalecimento de vínculos sociais são fundamentais. “Como ter isso, com uma rotina de pessoas que muitas vezes precisam ter dois empregos para manter sua questão financeira? É uma pergunta que sempre me faço, mas também faço aos pacientes: a que custo ter mais dinheiro? Sua saúde mental está sendo compensada por tudo isso?”, reflete Greice.

A educação emocional também tem papel relevante. Reconhecer emoções, praticar a autoaceitação e desenvolver estratégias para lidar com estresse ajudam a prevenir problemas mais graves. Em casos de dúvida ou suspeita, a recomendação é clara: procure um profissional qualificado o quanto antes.

Fonte: Usina de Notícias