Em uma decisão histórica, o médico Leandro Boldrini teve seu registro profissional cassado nesta terça-feira, 11, após um processo ético-disciplinar conduzido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em Brasília. Esta foi a primeira vez que o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) atuou administrativamente junto aos conselhos de medicina, destacando a gravidade da situação.

Boldrini, condenado a mais de 31 anos de prisão pelo assassinato do filho Bernardo Boldrini, ocorrido em 2014 em Três Passos, já cumpre pena no regime semiaberto. Apesar de ter sido absolvido em um processo disciplinar pelo Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (CREMERS) em 2023, permitindo que continuasse a exercer a medicina, o MPRS recorreu ao CFM, argumentando que o médico usou seus conhecimentos profissionais para planejar e executar o crime.

A decisão foi tomada de forma unânime por 25 conselheiros do CFM, que entenderam a legitimidade da participação do MPRS no processo. A sustentação oral foi conduzida pela promotora Alessandra Moura Bastian da Cunha, coordenadora do Centro de Apoio Operacional Criminal e de Acolhimento às Vítimas (CAOCRIM), que enfatizou a relevância de garantir a proteção da saúde e da ordem pública.

“Hoje é um dia importante para a busca de justiça para Bernardo Boldrini. O MPRS entrou com o recurso no CFM para que o médico fosse responsabilizado. Conseguimos demonstrar que ele não apenas planejou o homicídio do filho, mas utilizou seus conhecimentos médicos para isso. Além disso, a tortura a que submeteu a criança é inaceitável e contrária ao código de ética médica”, afirmou a promotora Alessandra Moura.

FONTE- JORNALISMO RÁDIO MUNDIAL COM INFORMAÇOES DO MP